Puerto Ayora em Santa Cruz.
Hoje em dia os animais selvagens de Galápagos convivem lado a lado com o progresso de um novo imigrante, o ser humano.
Parti logo pela manha para conhecer a Estação de Pesquisa Charles Darwin, onde inúmeros vistantes das Galápagos tem a oportunidade de aprender um pouco mais sobre as ilhas e sobre seus habitantes mais famosos, as Tartarugas Gigantes (Geochelone elephantopus), animais que Charles Darwin chamou poéticamente de "Grandes monstros".
Tartarugas Gigantes na Estação Científica Charles Darwin.
Os ancestrais destes gigantes provavelmente foram carregados pelas correntes, derivando na superfície do oceano pacífico da America do Sul até as recentes ilhas vulcânicas de Galápagos (uma tartaruga pode viver vários meses sem água ou alimento). Ao encontrar comida abundante e por não possuirem competidores ou predadores, elas evoluiram a um tamanho enorme (Um macho pode pesar cerca de 270 kg). Este conceito é conhecido como gigantismo de ilhas. Estas tartarugas podem viver mais de 100 anos e é bem provavel que uma ou outra anciã tenha nascido durante a visita de Darwin ao Arquipélago, a quase 200 anos. Uma vez nas ilhas elas evoluiram e suas caraterísticas únicas dnao base a teoria evolutiva.
Em ilhas com um solo rico em vegetação, as tartarugas possuem uma grande carapaça em forma de domo. Em ilhas mais áridas, onde a alimentação se encontra em arvores e plantas mais altas, as tartarugas possuem um pescoço mais largo e uma carapaça em que lembra uma sela. Daí o nome do arquipélado. Em espanhol, sela é chamado de Galápago, e esta distinta característica obviamente impressionou os primeiros visitantes destas ilhas.
Uma Tartaruga Gigante com casco de sela. O pescoço mais longo e a saliencia no casco permitem que elas alcançem folhas e frutos em plantas mais altas.
Estes com certeza não vieram aqui para apreciar sua majestosidade e por vários séculos estes grandes répteis foram caçados por sua carne. O fato delas sobreviverem quase um ano sem se alimentar tornava possivel ter sempre carne fresca dentro de um navio que passava muito tempo no mar.
De uma população estimada de 200 mil individuos hoje restam apenas 15 mil. Muitos estão em estações de reprodução e pesquisa, como a estação Charles Darwin, mas é possível encontra-los também em ambientes selvagens, como as crateras dos vulcões em Isabela ou as terras altas de Santa Cruz. E foi para este ambiente que fiz minha última expedição dentro do arquipélago.
Tartarugas Gigantes nas Terras altas de Santa Cruz.
Um pato de Galapagos (Anas bahamensis galapagensis ) também encontrado nas terras altas de Santa Cruz.
Depois desta visita voltei para arrumar minha Bagagem, pois infelizmente chegava a hora de partir. É sempre difícil deixar um lugar onde a vida é tão fascinate e cuja suas formas continuam a evoluir e nos surpreender. Aqui entendi o impacto que o aquipélago causa em todos que o visitam e o olham da maneira adequada. Em Darwin, seu impacto foi tão grande que mais tarde em sua vida ele afirmou que Galápagos foi a fonte de todas as suas idéias. Hoje é o nosso impacto sobre Galápagos e como a gerenciamos que determinará o futuro das ilhas. Se obtivermos sucesso aqui, teremos um exemplo para o mundo inteiro, afinal, as Galápagos são um microcosmo do nosso próprio planeta Terra.
Meu reflexo no olho de uma Iguana marinha. Hoje os animais de Galápagos são obrigadas a conviver conosco más se nós olharmos para eles com respeito e admiração poderemos apreciar esta maravilha por muitos e muitos anos.
Para quem tiver mais interesse deixo aqui um pequeno video sobre a evolução das Tartarugas Gigantes de Richard Dawkins (em inglês)
2 comentários:
Opa Cris, tenho acompanhado as postagens, incríveis os relatos, os textos, imagens.. Obrigado.
Muito obrigado vc pela visita e pelo comentário!!
Continue espiando..grande braço!
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